domingo, 16 de abril de 2017

O Deputado Alan Rick Miranda do PRB do Acre e a compra de votos

PF investiga deputados eleitos por derramamento 
de carteiras de pescador. Em depoimento, beneficiários 
confirmam que venderam o voto

Assem Neto
Porto Velho

A Polícia Federal investiga denúncia de que as carteiras que garantem um salário mínimo para os pescadores artesanais, no período de defeso, podem estar sendo usadas como moeda para compra de votos. No Acre, o aumento das carteiras deu um salto de 700 para mais de 10 mil unidadees, distribuídas nos 22 municípios do Acre. Dois candidatos eleitos no último dia 5 de outubro estão no centro das denúncias: Alan Rick Miranda, ex-apresentador de TV e futuro deputado federal, e a manda chuva da representação do Ministério da Pesca no estado, Doutora Juliana, que ocupará uma das 24 cadeiras de deputado estadual. O ministério, aliás, é controlado pelo PRB, partido ao qual os dois acusados estão filiados. 
O Ministério da Pesca havia alterado, dias antes das eleições, as regras de emissão das carteiras, que antes eram confeccionadas pela Casa da Moeda e passaram a ser produzidas em papel comum. A aquisição do benefício é concedida com uma declaração de uma associação de pescadores.
Na maioria dos estados, as superintendências do Ministério da Pesca são controladas pelo PRB. No Acre, não é diferente. A PF e o MP citam os dois eleitos como investigados na ação que já tem alguns meses. A denúncia dá conta de que houve um derramamento de carteiras no período eleitoral para pessoas que não praticam a atividade pesqueira. A distribuição teria beneficiado Juliana Rodrigues de Oliveira e Alan Rick, diretamente. 
Segundo informações de agentes federais, a PF colheu depoimento de eleitores que receberam as carteiras cinco dias antes das eleições. Eles disseram ter vendido o voto em troca do benefício. A investigação está sob sigilo. Em Rio Branco, a PF investiga ainda o desvio de recursos e o pagamento de propinas na obra de construção do prédio do Ministério da Pesca.
Informações oficiais, prestadas pelo Ministério da Pesca, mostram que, no Acre e no Maranhão, o número de carteiras emitidas no período eleitoral supera o dos demais meses. De agosto a outubro, foram confeccionadas 30.177 carteiras no Maranhão, mais que as 22.581 dos sete meses anteriores do ano. A Polícia Federal tem 14 inquéritos abertos no Estado para apurar irregularidades.
A um noticioso local, o secretário-geral do PRB, Diego Rodrigues, filho da deputada eleita doutora Juliana, afirma que a sua mãe e ex-chefe da instituição está muito tranquila em relação à denúncia. “É uma inverdade. Ela se afastou do Ministério da Pesca no mês de abril, deixando de ter qualquer relação com a pasta. Nenhum dos nossos candidatos eleitos foi notificado sobre esta questão”, ressalta.
Apesar de não citar nomes, Diego Rodrigues atribui o caso a uma denúncia feita pelo senador Sérgio Petecão (PSD). Tudo não passa de perseguição política. Todos nós sabemos quem é o autor desta denúncia. Ele tenta relacionar as ações do Ministério da Pesca, com a campanha eleitoral para tentar obter um mandato no tapetão”; A esposa de Petecão, Marfisa, é a primeira suplente da oposição para a Câmara Federal e perdeu a última vaga para Alan Rick quando faltavam poucas urnas a serem apuradas. 
"Não tenho nada a ver com o Ministério da Pesca. É um direito dele tentar de alguma maneira turvar meu nome, mas quem não deve não teme”, disse Rick, que atribui a denúncia ao "desespero do senador". 
O senador Sérgio Petecão rebateu as acusações que ele estaria por trás da denúncia de derramamento de carteiras de pescador no Acre. “A denúncia é antiga. Eu não mando na Polícia Federal. Esta investigação já estava com a PF há muito tempo. É uma máfia que acontece em todo o Brasil. Como é que estas pessoas querem me culpar por um crime cometido pelos gestores ligados ao PRB?”, questiona.

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